Essa história é sobre fé, pulsão de vida, força interior – como quiser chamar essa capacidade de acreditar em algo, mesmo quando o mundo te mostra o contrário.
No litoral de Alagoas, próximo de algumas das mais belas praias do Brasil, fomos conhecer o atelier Belas Artes, onde nossas parceiras Laudinete, Adriana e Petrônio trabalham com o talo de coqueiro na produção de luminárias.
Quem vê o grupo hoje, levando suas peças para todo o Brasil, não imagina o caminho que enfrentaram para chegar até aqui.
Há alguns anos a situação era bem diferente: o artesanato local não tinha nenhuma expressão, faltava dinheiro, e era urgente encontrar uma fonte de renda.
A história começa a mudar quando Laudinete decide aprender com Dona Maria, a primeira artesã da região, a trabalhar com talo de coqueiro, uma técnica ainda nova no local. Lau tomou gosto por esse trabalho, e junto de sua prima Adriana, começam a fazer planos.
De início, Petrônio, marido de Lau, não acreditava nessa possibilidade: “ninguém tinha feito isso antes, não sabiam nem para quem vender, como vender, parecia loucura”.
Mas Adriana não deixou Lau desistir. Pelo contrário, desde o primeiro minuto incentivou e arregaçou as mangas para fazer esse novo sonho se tornar realidade.
Nossa pergunta para Adriana foi: “De onde veio essa crença tão forte?”
E com um sorrido no rosto, veio a resposta: “Eu nunca deixei de acreditar. Eu tinha certeza absoluta, mesmo sendo a única pessoa, não deixei a Lau desistir do artesanato. Eu tenho uma fé muito grande!”
Esse foi o início de uma grande história, que vem transformando a realidade local.
Em função da grande quantidade de pedidos eles passaram a gerar empregos para outras famílias da região, terceirizando etapas como a colheita e secagem da palha.
O sucesso foi inspirando outras pessoas, e hoje a pequena cidade de Tatuamunha é referência na produção artesanal em talo de coqueiro, sendo as luminárias o carro chefe: peças de alta qualidade e durabilidade, com acabamento impecável. Lau é presidente da associação de artesãos, e estuda para aprimorar seus conhecimentos.
Se por um lado os grupos poderiam se considerar concorrentes, a lógica é totalmente outra: mesmo trabalhando com a mesma técnica, existe uma cooperação muito bonita de se ver!
Elas se ajudam, trocam dicas e referências, auxiliam na logística e no que mais for preciso: “tem lugar pra todo mundo, não tem essa coisa de competição não, a gente se fortalece e se ajuda” conta Lau.
Uma das maiores preocupações hoje é com a disponibilidade de matéria prima, já que o avanço imobiliário da região turística vem derrubando os coqueirais, cada vez mais escassos.
Saímos desse encontro com um sentimento de gratidão e o desejo de fortalecer esse trabalho, que além de produzir peças lindas, transforma a vida de tantas pessoas!